Robson Luiz




PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ
CENTRO DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS HUMANAS
LICENCIATURA EM FILOSOFIA

ROBSON LUIZ SKAVINSKI









As virtudes em Aristóteles




CURITIBA
2011
ROBSON LUIZ SKAVINSKI






As virtudes em Aristóteles

Trabalho apresentado a disciplina de Prática Profissional I ao Curso de Graduação em Licenciatura em Filosofia, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

Orientador: Prof. Dr. Daniel Omar Perez










CURITIBA
2011


1- TEMA

As virtudes em Aristóteles

2- OBJETIVO

Qual a relação existente entre a amizade perfeita, útil e agradável, segundo Aristóteles?

3- INTRODUÇÃO

A amizade é uma virtude ou está estreitamente unida à virtude, de qualquer forma, é o que há de mais necessário à vida, já que os bens que a vida oferece como riqueza, poder, etc., não podem ser conservados nem usados sem os amigos.
Pode-se definir a amizade, segundo Aristóteles, como uma atitude de benevolência mútua unida a um conhecimento mútuo em vista de um bem honesto, útil ou agradável.
Aquela deve ser distinguida das duas coisas com as quais parece ter mais afinidade: amor e benevolência. Distingui-se da primeira, porque o amor é semelhante a uma afeição, e a amizade, um hábito. De tal modo que o amor também pode dirigir-se a coisas inanimadas, ao passo que corresponder ao amor, que é próprio da amizade, porque implica uma escolha que provém de um hábito.
Além disso, segundo Aristóteles, o amor é acompanhado por excitação e desejo, que são estranhos à amizade, porque é provocado pelo prazer causado pela observação da beleza. [1]
A amizade se distingue da benevolência porque ela também pode dirigir-se a desconhecidos e permanecer oculta. A amizade é certamente, uma espécie de concórdia, e essa concórdia não repousa na identidade de opiniões, mais sim, na concórdia entre cidades e na harmonia das atitudes práticas, de modo que, a justo título, chama-se de amizade civil a concórdia política.
A amizade é certamente, uma comunidade no sentido de que o amigo se comporta em relação ao outro como em relação a si mesmo. Há tantas espécies da mesma, quantas as comunidades, isto é, as partes da sociedade civil; entre os navegantes, entre os soldados e entre os que fazem um trabalho qualquer em comum.
Pode haver a mesma amizade entre o escravo e o senhor se o escravo não for considerado apenas um instrumento animado, mas um homem; só em relação à tirania que há pouca ou nenhuma amizade, pois nela não existe nada em comum entre quem manda e quem obedece, e a amizade é mais forte quanto mais coisas comuns houver entre os iguais.
Existem também as amizades quanto ás formas do amor, por exemplo, amizade entre filho e pai, entre jovem e velho e entre marido e mulher. Esta última é a mais natural e nela se unem a utilidade e o prazer. A amizade pode ser a utilidade recíproca, o prazer ou o bem, porém a amizade fundada na utilidade ou no prazer está destinada a acabar quando os mesmos cessarem, logo a fundada no bem é a mais estável e firme, portanto a genuína.
Aristóteles analisa a amizade e tem como base como o fato da amizade como uma comunidade ou participação solidária de várias pessoas em atitudes, valores ou bens determinados; está ligada ao amor, tem formas semelhantes, mas não se identifica com o amor; aproxima-se mais da benevolência e, por isso, está vinculada aos afetos positivos, que implicam solicitude, cuidado, piedade, etc.
Assim, o estagirita presume que a amizade é mais ampla do que o amor, o qual é limitado e condicionado pelo prazer da beleza; também se diferencia pelo seu caráter ativo e seletivo, pelo que Aristóteles diz o amor é uma afeição, isto é, uma modificação sofrida, ao passo que a amizade é um hábito, portanto, seria uma disposição ativa e compromissiva da pessoa.

E assim, como a amizade depende mais do amar do que ser amado, e são os que amam os seus amigos que são louvados, o amor parece ser a virtude característica dos amigos, de modo que só aqueles que amam na medida justa são amigos duradouros e só a amizade destes resiste ao tempo. [2]

Um homem deseja o bem do seu amigo por amor ao mesmo, e não como um meio para sua felicidade. As várias espécies de amizade mencionadas por Aristóteles constituem todas as ilustrações da natureza social essencial do homem. Num plano inferior, necessita ou predomina as amizades úteis; num plano intermediário, estaria à forma de amizade por prazer, isto é, tem um prazer natural  no convívio com seus amigos; num plano superior, estariam ou constituir-se-iam as amizades que Aristóteles chama de amizades perfeitas, ou amizades da virtude, nas quais um amigo ajuda o outro a viver melhor.
De acordo com o acadêmico Alonso Bezerra Carvalho, Aristóteles compreende a amizade como virtude, uma experiência necessária a vida. Mesmo que tenhamos todos os bens, toda a riqueza e todo poder, ou que vivamos na pobreza ou em qualquer outro tipo de infortúnio, não poderíamos passar sem a amizade,sem este refúgio.
Já o acadêmico Matheus Pelegrino Silva, diz que Aristóteles acredita que o homem virtuoso necessita de amizades, e que a amizade serve de pilar para a concepção do individuo rumo ao intelecto.
Segundo a acadêmica Renata de Oliveira Laura, Aristóteles defende que na vida ninguém pode ser feliz sem amizades. Entretanto,esta amizade,não deve ser chamada de amor, e sim uma relação que esta entre o amor e o respeito, porém possui uma virtude própria.



4- JUSTIFICATIVA

O tema amizade, seu conceito e sua aplicação rendem importantes reflexões filosóficas. O problema da amizade foi tratado de várias maneiras e por vários filósofos que chegaram a uma mesma linha de raciocínio ou a uma linhagem totalmente distinta.
Aristóteles em seu livro Ética a Nicômaco trata sobre as virtudes, e interna às virtudes encontra-se a amizade, que seria uma atitude de benevolência mútua unida a um conhecimento mútuo, em vista de um bem honesto, útil ou agradável, ou seja, uma busca constante por um bem recíproco ou um conhecimento de ambas as partes.
O filósofo, ao analisar a natureza da amizade, enuncia que ela é uma excelência moral, ou virtude, tornando-se uma atividade filosófica e extremamente necessária à vida. Assim ela seria uma “expressão de uma determinada atitude moral e intelectual que visa o amor recíproco entre amigos, baseado numa decisão livre da vontade, em que cada um deseja o bem para o outro” [3]. Ninguém gostaria de passar a vida sem amigos, mesmo que possuísse todos os bens possíveis. A amizade também ajuda os jovens a encontrarem mais sentido à existência e a se afastarem dos vícios. E em relação aos mais velhos, ajuda-os a ocuparem melhor o seu tempo.
O filósofo divide às virtudes em duas: intelectuais e morais. Em relação à primeira entende-se como inteligência (o entendimento, a ciência, a sabedoria, a prudência e a arte); a segunda aperfeiçoa a vontade e o apetite em busca de um bem, a amizade que estaria dentro das virtudes morais, seria um meio para a busca desse bem dentro da ética de Aristóteles, que se apresenta como fundamental para união das cidades e dos povos.
Aristóteles apresenta o embasamento da noção de amizade:

Toda amizade, com efeito, é baseada no bem ou no prazer, irrestritamente ou em relação à pessoa que a sente, e se alicerça em uma certa semelhança; e todas as qualidades mencionadas convêm a uma amizade entre pessoas boas, em decorrência da natureza dos próprios amigos, pois no caso desta espécie de amizade as outras qualidades também irrestritamente agradável, e estas qualidades são os principais objetos de afeição.[4]

Sendo necessário, será abordada a essência da amizade, a amizade entre os desiguais e as propriedades da amizade, formando assim o conceito que Aristóteles tem sobre a amizade e a sua importância, para a sociedade.
A amizade tem fundamental importância para todos os modelos existentes em nosso mundo, tanto pessoas como cidades ou estados possuem amizade, não que não tenham necessidade de justiça, conquanto mesmo quando são justas elas necessitam da amizade, sendo assim a amizade é uma autêntica forma de justiça.
Diante do tema abordado acima, ressaltar-se- a importância da amizade para Aristóteles e como ela poderá ser aplicada no contexto social de vivência, além de que, são poucas as pessoas que dedicam à vida intelectual um estudo profundo em busca dos conhecimentos últimos do ser, do agir e do fazer; e o tema de investigação constitui importância em vista de que estabelece as relações de generosidade e confiança, proporcionando sentido à existência.

5- SUMÁRIO DE PESQUISA

·         Levantamento Bibliográfico
·         Leitura de obras
·         Fichamento das obras
·         Redação do artigo provisório
·         Pré Correção do professor
·         Reunião com o orientador
·         Redação Final
6- OBJETIVO GERAL

Verificar a relação existente entre amizade perfeita, útil e agradável em Aristóteles.

7-  OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  • Contextualizar os conceitos de Aristóteles acerca da amizade;
  • Demonstrar os mecanismos pelos quais, a amizade se aplica;
  • Verificar como a amizade se aplica na vida cotidiana.


8- METODOLOGIA

Os recursos para a realização desta pesquisa serão: a utilização de livros relacionados ao tema em questão, artigos, monografias, TCC’s, e outros materiais que não estão previstos, mas que se constituírem boa fonte para investigações úteis e adequadas também farão parte da constituição da pesquisa.

9- CRONOGRAMA


10- REFERÊNCIAS

ARISTÓTELES. Ética a Nicômacos. 2 ed. Brasília: Universidade de Brasília, 1992.
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. 2 ed. São Paulo: Mestre Jou, 1982.
DURANT, Will; MIRANDA, Maria Theresa. A filosofia de Aristóteles. Rio de Janeiro: Tecnoprint.
CARVALHO. BEZERRA;ALONSO. Artigo Reflexões sobre amizades e cidadania, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia,2004.
SILVA,PEREGRINO, MATHEUS. Artigo Noções Aristotélicas de Amizade pela virtude. Revista Opinião Filosófica 2007.
LARA, OLIVEIRA,RENATA. Artigo A amizade na Ética a Nicômaco. Universidade Estadual do Ceará,2009.



[1] Ibidem, p.156 -157.
[2] Ibidem, p.162
[3] ARISTÓTELES. Ética a Nicômacos, livro VIII.

5 Ibidem, p.156