Antonio Weber



Resumo do projeto.



                        A forma e a qualidade de formação dos governantes.

Com esse trabalho, visa-se estudar a forma pela qual se dá a formação dos governantes da polis grega segundo Platão, o mesmo aborda as etapas de formação, e a quem é destinada à aquela etapa de formação, sendo assim que uma classe fique subordinada a mais forte que por sua vez é a dos governantes no caso o rei-filósofo, neste trabalho mostra-se também o por que o governo da polis deve ser entregue ao rei-filósofo e não a qualquer um.

Esboço do projeto.


Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Curso de Filosofia - CTCH


Antonio Francisco Weber.


                                                                       TEMA
A forma e a qualidade de formação dos Governantes.
Objetivo:
            Ter um conhecimento da forma pela qual se deve dar a formação dos governantes da cidade ideal segundo Platão, buscando assim um conhecimento, sobre a concepção platônica de como deveria se dar a educação grega no geral.

Introdução do tema:
O chefe de estado para Platão deve ser “formado” (ter um conhecimento elevado, acima dos demais cidadãos) para que o mesmo possa governar com sabedoria. Nesta perspectiva Platão coloca como o governo da cidade Ideal, o rei filósofo aquele cujo tem um conhecimento amplo e necessário para bem conduzir o povo, aquele que sabe como distinguir através da razão entre o bem e o mal, e conseqüentemente ele terá menos inclinação para cometer injustiças e praticar o mal, evitando assim, de certa forma que o povo se rebele contra a ordem social, mas são poucos que tem essa capacidade e somente ao longo da formação serão identificados como possuidores de tal virtude.
 No dialogo O POLITICO, Platão mostra o porquê deve-se ser entregue o governo da Pólis aos filósofos.


                                                         Platão, (Pag. 209-259a) [1]
Estrangeiro: Pois bem se um cidadão qualquer é capaz de dar conselhos ao soberano de um país, não podemos dizer que nele existe a ciência que o próprio soberano deveria ter.

            Dessa forma Platão mostra a responsabilidade e a competência que cabe ao governante, ditando já assim a formação que o governante deverá receber uma formação em todas as ciências possíveis para não ser influenciado por pensamentos vãos, para assim poder bem governar a polis.  Ainda segundo Platão:
Platão, (pág. 148 – 292b). [2]
Estrangeiro: (...) Que o Governo real depende de uma ciência...
Estrangeiro: ... E não de qualquer ciência, mas de uma ciência critica e diretiva, mais do que qualquer outra.²

Platão exemplifica seu pensamento sobre a forma de formação que os reis filósofos devem receber e coloca as etapas pelas quais os mesmos devem passar para atingirem o poder, para Platão o filosofo não deve governar a cidade como se fosse um premio pelo seu estudo “esforço” e sim como uma obrigação devido ao seu conhecimento elevado do mundo das idéias (bem e mal).

                                               Problema:
Contudo surge a problemática sobre, de que forma que se deve dar a formação dos governantes para bem conduzir a pólis. Quais seriam as etapas desta formação, para se alcançar tão almejado conhecimento, que segundo Platão se faz necessário?
                                   Literatura secundaria e Desenvolvimento:
            Devido à incumbência que lhe é dada de governar a polis o rei filosofo (governante), deve receber uma formação em todas as áreas (ciências) possíveis. Pois o mesmo necessita de virtudes tais como a temperança adquirida através do estudo da musica e da ginástica. Para ter uma moderação ao tomar suas decisões.
           
A Coragem conseguida através dos estudos da Astronomia, Geometria e Aritmética. Pois a coragem, que concede certa autoridade sobre os outros, implica certa forma de coragem interior que é a autoridade sobre si mesmo ou a temperança. Isso por que o bem não é idêntico ao prazer, e se é preciso escolher entre os prazeres que são uteis bons e saudáveis, não se chega a eles senão graças à temperança que introduz certa ordem entre o corpo e alma, de modo que se eliminam os desejos contrários a essa ordem. Segundo o dicionário a definição de coragem é: Para se ter opinião reta conforme a lei Sobre o que se deve e o que não se deve temer. ³

A Justiça e a Jurisprudência conseguidas através da dialética que é responsável por ligar os conhecimentos à idéia de bem.

Por possuir esses conhecimentos o filosofo se torna o mais capacitado para assumir o cargo de governante, pois não estará “apegado” a ele, como os guerreiros com a guerra, e os artesãos com a produção.

Segundo Sir Ernest Barker o estadista deve ser sábio; Contudo, o que mais interessa a Platão, na primeira parte da República, é que ele deve amar o estado (Kedemòn tes póleos). Governará mais o estado quem se dedicar mais a ele, isto é, quem acreditar que o bem-estar do estado é o seu próprio bem-estar. Se este elemento estiver presente no governo, obviamente este não poderá ser egoísta.
Mas é a razão pura que leva o governante a compreender, e por meio desta compreensão a amar e servir o estado que governa. [3]ª

            Para Platão o ensino para se tornar governante deveria durar cinqüenta anos.
Nos primeiros anos de vida dos três aos seis, a criança deveria participar de jogos educativos.
            No entanto tanto para Platão como para todos os gregos a educação propriamente dita só começaria aos sete anos de idade, e segundo Platão os filósofos só estariam aptos a governar após os cinqüenta anos.
            A ginástica e a musica começariam nessa fase dos sete anos, a ginástica não teria como finalidade alcançar a força física de um atleta, mas contribuir para a formação do caráter e da personalidade, a mesma treinaria o corpo para formar a alma.
            A musica, por sua vez visa à preparação da mente, para o conhecimento, pois somente a ginástica o deixaria muito rude, e somente a musica o deixaria muito mole, por isso Platão associa as duas para que haja a temperança (meio termo), para que assim não seja nem rude nem mole. Ambas são instrumentos para a formação do caráter.

            A astronomia tem como objetivo forçar seus estudiosos a analisarem o que esta acima deles, conduzindo-os do que é terrestre para o que é celeste, desta forma percebe-se que o mais importante não é aquilo que esta visível, mas sim aquilo sobre o que se raciocina.
            Neste contexto todo de formação dos governantes a geometria não podia ser deixada para trás, pois é ela que permite aos homens definirem aquela que serão as melhores estratégias a serem montadas.
            Segundo Giuliana (UNICAMP), para alcançar a verdade pura é necessário que a alma seja inteligente, sendo assim necessita-se que ela tenha pelo menos o conhecimento da ciência básica que define as diferenças entre o “uno” e o “todo”, ou seja, é de grande importância, pois tendo conhecimento da mesma, se estará apto a raciocinar de forma correta e assim compreender o mundo inteligível.
            A Dialética é fundamental, pois esta e a responsável pela “transformação”
Das ciências em conhecimentos essenciais, cabe então a dialética fazer com que as outras ciências estudadas, tenham sentido na interpretação do mudo superior, o mundo das idéias, segundo Sir Ernest Barker (teoria da política grega-194). A dialética procura compreender a essência de cada coisa, e abrange a idéia do bem. A justiça que surge da ética e é uma virtude geral que regula e compreende todas as demais virtudes. A mesma é colocada como um ponto fundamental para uma vida feliz.

                                                                       Conclusão:
            Conclui-se assim que a educação do homem para Platão deve seguir algumas normas, e que nem todos têm a capacidade de chegar ao poder, por este motivo que Platão enfatiza a questão de que o governante da pólis deve ser o rei filósofo, pois segundo Platão somente este teria recebido uma educação ideal para estabelecer o equilíbrio do estado.
Tendo recebido sua formação inicial na dança e na musica, não apenas em uma, mas nas duas para poder adquirir a temperança, para poder legislar com sabedoria.
Assim, também tendo recebido uma formação em um segundo estágio no qual o mesmo estuda as ciências da Astronomia, Geometria e Aritmética, que lhe permite adquirir a coragem para poder tomar as decisões que mais favorecerão o estado, pois com estes conhecimentos o mesmo teria uma opinião reta sobre o que deve e o que não se deve temer.
E por fim no ultimo estágio de formação a justiça e a jurisprudência, adquiridas através da dialética que se torna responsável por ligar todos os conhecimentos adquiridos à idéia do bem. Sendo assim após 50 anos de formação Platão conclui que o filósofo estaria apto a ocupar o lugar de governante da polis, não como um premio, mas sim como uma obrigação já que o mesmo possui o conhecimento e assim poderá fazer boas leis que garantam a harmonia e a conseqüentes contradições da vida em sociedade.



     MAI
     JUN
    JUL
    AGO
     SET
    OUT
Concluir a leitura e análise de Investigações Filosóficas e dos Artigos selecionados e o esboço do projeto.
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Produção do vídeo

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Desenvolver a problemática do tema.


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Desenvolver as tentativas de soluções do problema a partir de outros artigos.



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Elaborar a tentativa própria de solução do problema com base em outros artigos.




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Elaborar as considerações finais do artigo, conclusão, e apresentação do projeto.





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Cronograma














Referencias
Este texto foi escrito tomando como referencia os seguintes artigos:
            4. O Método de Ensino no Estado Ideal de Platão.
 Disponível em:

2ª Teoria da Política Grega, Editora Universal de Brasília – 2ª Edição - tradução de Sérgio Bath - ano 1978.

A REPUBLICA:
 O POLITICO:
Os pensadores, 1ª edição - novembro 1972, Editora Abril Cultural.

Dicionário de Filosofia, Editora Mestre Jou, ano 1970.
Explanação sobre o livro a Republica de Platão.
Revista de pedagogia perspectivas em educação.
Maio
/junho/julho/Agosto de 2008.
Edição nº. 03 – Ano 01.
Com o tema: O estado e educação em Platão.
Disponível
em:
http://www.fmccaieiras.com.br/revista3/artigos/Ademir/Artigo%20Ademir%20Costa.pdf


Aluno: Antonio Francisco Weber, 1.º semestre 2011 - 1.º ano – Turma U. Página 1
 Os pensadores, 1ª edição-novembro 1972, Editora Abril Cultural -209-259 a

² Aluno: Antonio Francisco Weber, 1.º semestre 2011 - 1.º ano – Turma U.
Os pensadores, 1ª edição-novembro 1972, Editora Abril Cultural –148-292b. Página 2

³ Dicionário de filosofia, Editora Mestre Jou, ano 1970, Pág. 195                                                  Aluno: Antonio Francisco Weber, 1.º semestre 2011 - 1.º ano – Turma U.
³ª 2ª Teoria da Política Grega, Editora Universal de Brasília – 2ª Edição - tradução de Sérgio Bath –ano 1978 – Pág. 164.